quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A Igreja celebra sua fé sem rigidez, mas sem artificialismo

Este é o segundo item de nossa filosofia ministerial: A IGREJA CELEBRA SUA FÉ SEM RIGIDEZ, MAS SEM ARTIFICIALISMO. O primeiro item diz respeito à essência da igreja. O segundo diz respeito ao culto. Nos anos sessentas, as discussões nas igrejas eram por questões doutrinárias. Atualmente são sobre a forma do culto. A maior parte dos problemas está na celebração da fé.

Muito do culto está ligado à cultura da igreja. Anos atrás fui preletor num encontro da Aliança Bíblica Universitária. Dois missionários entre os zulus ensinaram corinhos da tribo. Alguém sugeriu que batêssemos palmas ao cantá-los. Os missionários pediram que não fizéssemos, pois desfiguraria os cânticos. Para os zulus, as palmas tinham o sentido de chamar demônios. Para manter a cultura em que os corinhos foram compostos, erguemos as mãos e as agitávamos. Como os zulus.

Não podemos impor nosso estilo e cultura aos demais. Há quem ache que quem não bate palmas não é espiritual. Isso produz situações risíveis. Cantaram um corinho (ou louvor, no evangeliquês de hoje) num culto fúnebre e bateram palmas. Os não crentes devem ter pensado que estávamos felicíssimos com a morte do irmão. Outros querem cânticos no estilo de ordem unida, todos perfilados. O problema é quando querem impor seu jeito aos demais. É curioso que muitas pessoas que reclamem liberdade neguem-na aos outros. Querem liberdade para fazer como julgam, mas negam este direito aos demais. Cuidado com a ditadura de qualquer lado!

Disse alguém que gosta de culto “em que pode se soltar”. Culto não é para isso. Esta é uma visão antropocêntrica. O culto é para Deus e não para o homem se sentir bem e “botar as emoções para fora”. Culto não é catarse. Nem show. É adoração. O foco é Deus. O culto nos faz bem no sentido em que Deus nos comunica sua graça, o Espírito ilumina nossa mente para entender mais de Deus, e Jesus Cristo é glorificado. O parâmetro do culto não são nossas emoções, mas Deus, a cruz de Cristo, o ensino bíblico.

A igreja evangélica de hoje é pobre de Bíblia. Muitos crentes são absolutamente ignorantes de sua fé, tendo apenas sensações, e colocando o que sentem acima da Bíblia. Como se diz “Eu senti”, “Deus me falou” ou “Deus falou ao meu coração”! Pior ainda é “Eu senti em meu coração”. A pessoa põe seu sentimento como a verdade. O que ela sente é verdade. Isto é autolatria. A pessoa confunde seus sentimentos com os de Deus. Pensa que o que vai dentro dela é divino. Precisamos estudar a Bíblia e ver o que é culto e o que é adoração. Não é o que nos faz bem ou aquilo de que gostamos. É o que a Bíblia diz.

A Igreja do Cambuí tem uma página na Internet: www.ibcambui.org.br. Vale a pena visitá-la e ler os seguintes artigos: “O grande hino cristológico de Efésios”, “Cultos biblicamente relevantes”, “Uma análise dos cânticos nos evangelhos – o Magnificat e o Benedictus”, “O perigo da espiritualidade sem Bíblia” e “Marketing na adoração?”. Leia também as palestras “Uma abordagem teológica ao louvor nos salmos” e “Levitas hoje?”. Se você não tem acesso à Internet, peça à Secretaria da Igreja, e esta providenciará. Nossa preocupação é ter crentes bem instruídos na Palavra de Deus.

No livro À igreja, com carinho, ao abordar este tópico, critiquei a “espontaneidade à força” e a manipulação que alguns querem em nossos cultos. E no bienário da Igreja comentei: “Culto não é entretenimento nem forró”. É consciência da presença de Deus, não banalidade. E depende muito de como nos colocamos diante de Deus ao iniciar o culto.

Não se preocupe com os outros. Preocupe-se consigo mesmo, no culto. Ore por sua vida, pelo culto e deixe o coração aberto para Deus. Quanto à forma: não seja manipulado, não seja ditador.

Isaltino Gomes Coelho Filho


Sugestão: Pr. Rodrigo

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